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Educação e Tecnologias Digitais - Onde Relações Públicas se encaixa?

A conclusão da graduação se aproxima, e na disciplina de Tópicos Especiais de Mercado II fomos desafiados a propor novos caminhos para Relações Públicas. Alguma vez você já pensou no papel da comunicação para o desenvolvimento humano? Será que existe caminhos para RP na Educação?


Analisando historicamente, a comunicação é base de toda a relação e interação humana. É a comunicação, através das suas diferentes formas, que propicia a abertura para o outro e, consequentemente a aprendizagem.

Segundo Locatelli & Backes:

"...podemos considerar que ocorre o processo de educar quando: o ponto de vista de um ser humano é ampliado na mesma medida em que amplia o seu conhecimento, estabelecendo relações com outros conhecimentos e relacionando com o contexto em que está inserido; a capacidade de reflexão é ativada por meio do conhecimento que perturba as estruturas do ser humano, e esta perturbação é compensada na interação com o outro". (p.63, 2014)


Entendendo a comunicação como processo básico da formação do conhecimento humano e da sua capacidade de leitura de mundo, precisamos pensar nesse contexto em que estamos inseridos. O contexto digital traz novas perturbações e complexidades, para as quais, o ser humano precisará ser provocado a refletir e desenvolver compreensões, de forma que não se torne um mero objeto para os algoritmos, de forma que possa ter consciência sobre o que acontece nesse contexto e com isso desenvolver maior liberdade e autonomia sobre as suas escolhas e ações.


Essa relação das mídias com a educação já vem sendo proposta na formação dos professores, como é o caso do termo ‘educomunicação’, que segundo o site da Nova Escola, “...propõe uma intervenção a partir de Educação para a mídia, ou seja, o professor e os estudantes desenvolvem em sala de aula conteúdos educativos, fazendo a gestão democrática das mídias práticas de ecossistemas comunicativos abertos e criativos”. Outro material já desenvolvido, um manual elaborado pela Unesco: Alfabetização mediática e informacional - Currículo para a formação de professores, reúne tópicos julgados imprescindíveis voltados ao uso das mídias, elaborado por diversos especialistas internacionais.


Essa inquietação sobre o papel transformador da comunicação na formação humana, me acompanha desde o início da graduação em Relações Públicas, e ela já me levou a tentar explorar um pouquinho dos caminhos que possam ser criados para relacionar Relações Públicas e Educação. Em 2016, eu realizei um projeto de fotografia institucional, no qual, em vez de apresentar meu olhar sobre a instituição (escola), resolvi utilizar O Olhar do Público sobre a Instituição (título do projeto). Nesse projeto, eu fiz uso os objetivos de Relações Públicas para criar afetividade e sensação de pertencimento dos públicos com a instituição, através de fotos produzidas pelos alunos da turma de 5º ano, e com isso ampliar o engajamento e reforçar a imagem da marca, através do compartilhamento do material produzido em redes sociais. Mas, muito além disso, eu busquei essa interação das crianças com esse novo contexto midiático, e aqui entra os preceitos da educação, sendo que formou-se um espaço para a reflexão e apropriação do objeto de estudo. Antes da produção das fotos, conversei com os alunos, com o apoio da professora, sobre a história da fotografia, elementos utilizados ao fotografar, e discutimos sobre os direitos de uso de imagem e direitos autorais, processo em que eles mesmo conseguiram relacionar com a tecnologia e as redes sociais, que fazem parte do dia a dia das crianças, cada vez mais cedo. Todo o projeto passou por avaliação da direção e coordenação pedagógica, antes da sua execução.


Essa experiência relatada acima, só veio a intensificar minha inquietação de pensar novos caminhos para Relações Públicas, a inquietação de que os conhecimentos que venho desenvolvendo durante a graduação, possam auxiliar as pessoas nesse processo de entender o contexto digital e desenvolver um olhar crítico sobre as mídias e sobre as suas ações por meio de plataformas digitais.


Atualmente, com as aulas online, com o aumento na disseminação de fake news e com a infodemia sendo tratada como um novo mal social, essa inquietação ganha ainda mais força. Embora já existam pesquisas no campo científico, da relação das mídias com a sociedade, desconheço a atuação de profissionais de Relações Públicas na área da educação. Penso que essa relação pode se dar dentro do setor institucional, em que o RP cumpre um papel de assessor de comunicação, com o intuito de desenvolver e proteger a imagem institucional, em meio a um cenário cada vez mais complexo, em que, em se tratando de escolas, existe uma gama ampla de stakeholders, além de uma cobrança alta por parte da sociedade, sendo que é na educação que se depositam as esperanças das transformações necessárias para um viver mais justo e humano. Apesar de o profissional de Relações Públicas estar preparado para esse desafio, percebo a prevalência da atuação do jornalismo nesse setor, como assessoria de imprensa e comunicação digital, tão somente.


Porém, quero instigar mais ainda e não apenas atuar dentro das funções que já somos preparados durante a graduação. Penso que, com especializações na área da educação, o profissional de Relações Públicas poderia também contribuir com a formação crítica do ser humano em interação com a comunicação digital, pois nós conhecemos bem esse contexto, entendemos o funcionamento das ferramentas e canais de disseminação da informação e poderíamos contribuir com a formação de professores ou mesmo de oficinas para públicos diversos.


Estudos sobre fake news e desinformação, sugerem a necessidade de preparar o usuário para conseguir gerenciar a informação recebida, como caminho para solucionar parte dos prejuízos causados à sociedade. Como provoca Silvio Moreira, doutor em Ciências da Computação “...de repente você abre uma tela e tem o mundo todinho na sua frente. O que você vai aprender? O problema da gente não é excesso de informação, é falta de filtros”. Talvez o RP seja o profissional preparado para desenvolver essa mediação da informação, para ajudar a desenvolver essa capacidade de filtrar.



 

Disciplina: Tópicos Especiais de Mercado II - 2021-1 - Unisinos

Professora: Erica Hiwatashi

 

Referências de pesquisa:

LOCATELLI; Ederson Luiz, BACKES; Luciana. Aprender e Ensinar na Cultura Digital I. Editora Unisinos, 2014;


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